Por Kahena Abdala
Uma menina dos sonhos intermináveis, das buscas interrompidas por seu existencialismo confuso. Não aquela mesma que já fingiu ser uma atriz, uma jogadora, uma boneca tão frágil e utópica.
Agora, não menos que 10 da noite me encontrei na sua presença, na sua confusa e mal interpretada consciência de si, um paradoxo sentimental e por vezes existencial.
Naqueles vagos e frágeis pensamentos, naquelas angústias e ansiedade em que encontrava, mostrou se tão forte e tão seguro que pude mesmo assim dentro dos seus olhos perceber a confusão em sua mente.
A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.
Pude perceber a intensidade dos seus sentimentos por vezes loucos, fantásticos e obsessivos. Por um esforço consciente pegou em minhas mãos, pude perceber seus gestos trêmulos, em poucos segundos apertou sua mão sobre a minha, como um filho que segura à mão de sua mãe, sentiu-se ali segurança. Saberia que estaria com a pessoa certa. Meu coração disparava, e minhas mãos ficaram frias, opondo-se a uma temperatura corpórea aparentemente oposta. Deitei em teu colo, e em alguns momentos pude sentir uma paz vinda de você, olhou-me profundamente e meus olhos revelaram o que minhas palavras não conseguiram dizer.
Você insinua agora minha fragilidade, demonstra saber que entende a mim, como se fosse já uma parte daqui.
Descuido ao dizer que preciso ir embora e que já está tarde, por mais que pensasse que eu não voltaria, eu não podia dizer o contrário.
Eu não quero me afastar, nem tão pouco ficar
Não, não quero perder-te, preciso olhar em seus olhos, eles dizem mais que você.
Em instantes momentos lembro-me que não posso ficar contigo, não agora, preciso partir, está cedo e ao mesmo tempo...tarde demais. Quero poder um dia voltar, encontrar contigo naquele mesmo lugar, más não quero dizer que o amo, mas que me lembrei de você durante todo os dias em que não lhe vi.
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